Conheça a trajetória de sucesso de mulheres na siderurgia

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A igualdade de gênero no mercado de trabalho é um assunto que tem ganhado mais espaço no dia a dia das companhias. Porém, esse processo que ainda tem um longo caminho pela frente. Um exemplo é que 30% dos brasileiros não se sentem confortáveis com uma mulher num cargo de liderança. E é por isso que a trajetória de algumas mulheres na siderurgia representa um passo tão importante.

Imagine enfrentar toda essa desconfiança que já está presente no mercado em um segmento ainda mais restrito e dominado pelos homens?! Aos poucos, as mulheres têm conseguido se destacar e superar os desafios do setor de forma notável.

O que acha, então, de conhecer um pouco mais sobre as trajetórias de sucesso de mulheres na siderurgia e entender os desafios e aprendizados ao longo dessa jornada? Continue a leitura deste artigo e confira!

As mulheres na siderurgia têm conquistado o mercado

Tradicionalmente, setores e tarefas atrelados aos equipamentos pesados, a maquinário e às funções muitas vezes braçais são dominados pela presença masculina. Esse preconceito afastou, por muito tempo, mulheres de funções dentro do mercado de siderurgia.

Aos poucos, porém, o contexto tem se modificado. Um exemplo disso é o crescimento de mulheres matriculadas em cursos de Engenharia, com um aumento de 42% entre 2016 e 2018.

Para Francieli Scatolin, executiva de Contas e líder do grupo de equidade do programa da Diversidade e Inclusão da ArcelorMittal, a tendência é que o cenário se modifique cada vez mais nos próximos anos com o aumento dos debates e da conscientização sobre a igualdade de gênero.

“As mulheres vêm ocupando espaços que historicamente eram ocupados por homens. Estão se especializando mais, em áreas que antes eram vistas como mais masculinas. Vivemos um momento de crescimento na presença feminina, ainda mais com o debate no Brasil e em todo o mundo sobre a equidade de gênero. E as empresas já entenderam que isso dá resultado.”

Nesse sentido, Francieli destaca que não se trata apenas de um trabalho social, mas também é uma questão de negócios. Segundo um estudo da McKinsey, empresas com mulheres em posições de liderança ganham, em média, 21% a mais do que as companhias que não se preocupam com equidade de gênero.

“Não se trata de uma questão de bondade social. Você não pode abrir mão de mais de 50% da população que é especializada, está estudando. Deixar de fora é perder dinheiro, é perder perspectivas diferentes, como um olhar mais atento para o cliente. E isso torna um caminho sem volta, mas ainda com muitos desafios.”

Os dados falam por si e mostram o potencial das mulheres

A carreira para mulheres tem se tornado mais ampla e repleta de possibilidades. De acordo com uma pesquisa realizada pela Grant Thonton, 93% das empresas no Brasil afirmam ter mulheres em cargos de liderança. Para fazer isso acontecer, a igualdade nas ofertas de emprego e o fortalecimento de uma cultura inclusiva são os caminhos mais eficientes.

A desconfiança na atuação de mulheres na siderurgia é um exemplo, mas essa é uma postura que, aos poucos, vai se modificando. Para Thaynara Silva, Especialista em Automação na ArcelorMittal, esse foi o maior problema ao longo da sua trajetória na área.

“Na minha carreira na siderurgia, enquanto mulher, o maior desafio foi perceber e entender a realidade profissional da qual fazia parte e descobrir formas de me posicionar, já que existia a necessidade de ter que comprovar e reiterar a minha capacidade técnica diante de algumas situações comuns no ambiente de trabalho. Isso me permitiu me fazer ser ouvida e respeitada diante de situações cotidianas (machistas ou não) da área operacional.”

Thaynara destaca que uma etapa importante foi notar o progresso não apenas nas pessoas, mas também na postura da companhia.

“O que me fortaleceu e me inspirou foi reconhecer que os progressos aconteciam mediante posturas e atitudes corporativas e pessoais. As conversas com outras pessoas, o conhecimento de outras realidades e possibilidades, a busca por representatividade feminina dentro das gerências da usina, a utilização da empatia pela posição do outro e o estudo sobre o feminismo também me ajudaram a entender e agir para tentar transformar o contexto em que eu estava inserida.”

As histórias de superação que vão inspirar você

O mesmo estudo da Grant Thonton mostra que outra iniciativa importante para a equidade de gênero é a oferta de maior flexibilidade no trabalho. E foi esse o desafio de Elisandra Petry Rizzatti, supervisora de Laboratório Metalúrgico e Qualidade do Produto na ArcelorMittal.

“O meu maior desafio por ser uma mulher na siderurgia foi e tem sido ter atuação feminina em horário de turno, conciliando com as funções que exercemos na vida como profissionais, mães, esposas, filhas e donas de casa.”

Para Elisandra, o mais importante é focar a entrega e os resultados que cada profissional proporciona para a companhia.

“Cada um deve fazer a sua parte independente do gênero. Não deve existir distinção das tarefas em função do gênero. Lugar de mulher é onde ela bem quiser. A nossa postura, aliada à qualificação profissional, é que determina aonde vamos e queremos chegar, não o gênero.”

Outra história de sucesso de mulheres na siderurgia é da engenheira Tatiana Nolasco. No final de 2020, aos 40 anos, ela se tornou a primeira mulher a assumir uma unidade industrial da ArcelorMittal no Brasil e na América Latina. Hoje, comanda duas das mais importantes plantas da empresa e destaca a confiança da companhia no seu trabalho.

O papel das empresas, portanto, é incentivar que mais histórias de sucesso de mulheres na siderurgia aconteçam. Afinal, as mudanças se iniciam, em grande parte, com o posicionamento de gestores e de líderes contribuindo para uma transformação mais significativa na cultura das organizações. Assim, é possível proporcionar mais oportunidade, respeito e diversidade.

Agora que você conheceu um pouco mais sobre as histórias de sucesso de mulheres na siderurgia, o que acha de seguir por dentro do assunto? Confira o podcast Açolab e ouça o episódio sobre carreiras plurais e o pioneirismo feminino na ArcelorMittal!

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