Você sabia que existem tipos diferentes de cimento para cada tipo de obra? Feito a partir da mistura de calcário, argila e componentes químicos, o cimento também pode conter outros materiais que vão determinar as variações de concreto e argamassa. No Brasil, são cerca de cinco variações básicas e três modelos especiais.
Mundialmente o cimento é conhecido como “Cimento Portland”, pois foi criado e patenteado pelo inglês Joseph Aspdin, em 1824, na ilha britânica de Portland. Seus diferentes tipos são caracterizados pelo uso de siglas compostas pelo prefixo CP e algarismos romanos de I a V. Confira abaixo as principais diferenças entre cada um:
CP-I: Conhecido como cimento comum, é considerado o mais puro que existe por não possui aditivos, além do gesso que serve para retardar seu endurecimento. Usado principalmente pela indústria, seu uso é recomendado para obras em que não há exposição a ambientes desfavoráveis com a presença de sulfatos ou águas subterrâneas.
CP-II: Do tipo composto, este cimento possui aditivos que alteram sua hidratação e aumentam a resistência a sulfatos do solo. Possui três sub-variações:
- CPII – E: possui adição de escória granulada de alto-forno (resíduo da produção de ferro em siderúrgicas) caracterizado pela resistência e impermeabilidade. Indicado para ser usado em pisos, lajes maciças e pré-moldadas com treliças de aço nervurado, pilares e estruturas de concreto armado.
- CPII – Z: contêm material pozolânico (cinzas vulcânicas) e possui alta impermeabilidade e durabilidade. Usado principalmente em obras industriais, subterrâneas e marítimas.
- CPII – F: com adição de carbonático filer (sobras de produtos queimados), esse cimento é versátil e pode ser usado em todas as fases da obra, como argamassas de assentamento, revestimentos, elementos pré-moldados e concreto armado. Por causa de sua durabilidade é recomendado para fazer pisos e pavimentos de concreto.
CP-III: com escória de alto-forno (subproduto da indústria siderúrgica), possui alta impermeabilidade e durabilidade. Usado especialmente em obras de grandes dimensões como barragens, pilares de pontes, pistas de aeroportos e obras submersas. Resistente a sulfatos também é recomendado para obras em ambientes hostis, como tubos e canaletas de esgoto sanitário e efluentes industriais.
CP-IV: com adição de material pozolânico, oferece estabilidade, pouca porosidade e resistência a ação da água do mar e esgotos, sendo recomendado principalmente para a concretagem de grandes volumes e obras expostas à ação de água corrente e materiais corrosivos, devido a maior resistência a longo prazo.
CP-V: de alta resistência inicial, possui alta reatividade nas primeiras horas de aplicação e atinge resistências elevadas em pouco tempo. Usado em larga escala para a fabricação de concreto e em obras industriais, que precisam de desmontagem rápida, entretanto possui baixa resistência a agentes agressivos.
CP-RS: Resistente a sulfatos, indicado para construções em redes de esgotos, ambientes indústrias e área de água do mar. Apresenta resistência específica a exposições de sulfatos, pode ser usado também em obras de recuperação estrutural, concreto projetado, armado e protendido, pavimentos, etc.
CP-Branco: Com alta impermeabilidade e durabilidade, geralmente possui a cor branca e apresenta baixa resistência aos agentes agressivos, não recomendado para ser usado em obras expostas à água do mar e esgoto. Possui duas variações: estrutural, usado em obras arquitetônicas, com as mesmas características dos cimentos tradicionais; e não estrutural, usado para o rejunte de azulejos e ladrilhos.
CP-BC: cimento com baixo calor de hidratação, com alta durabilidade é resistente a altas temperaturas evita o aparecimento de fissuras causadas por altas temperaturas.